13 março 2006

Mr. Anderson... Surprised to see me?

Bom, depois de quase 1 mês e meio, até eu achei que eu já tinha desistido de vez do blog.
Mas estou aqui. Rejoice over my presence.

Mas, apesar de ter resolvido escrever algo, sinceramente, não sei o que falar. Foi uma daquelas resoluções meio vagas. Talvez influenciada pelo fato de que o Henrique resolveu criar um blog. Mas os motivos não são realmente importantes.

O importante é comentar sobre as minhas produções do fim de semana. Mas antes, vou introduzir um pouco o contexto das mesmas.

Como muitos que me conhecem sabem, eu gosto de programar em Perl. Perl é o equivalente à oitava maravilha do mundo no ramo da computação (apesar de muitas pessoas não conseguirem enxergar esse fato - "perdoe-os, Senhor, eles não sabem o que fazem").

Além disso, existe um framework para rapid web development muito interessante para Perl, chamado Catalyst. Caso seja do interesse do leitor, o Catalyst foi elaborado misturando os melhores elementos encontrados no Maypole (um framework em Perl já existente) e no, agora aclamado, Ruby on Rails. O resultado é algo extremamente sólido, que realmente conseguiu superar ambos os seus "progenitores".

Tendo isso em mente, ao longo da semana passada eu vim desenvolvendo um simples aplicativo web: uma galeria de fotos utilizando o Catalyst, batizada de Photolyst. Ela está em um estágio razoavelmente avançado, apesar de faltar alguns recursos básicos como excluir fotos, por exemplo. Mas isso, com o Catalyst, é uma tarefa trivial e provavelmente em 5 minutos eu adicionaria essa funcionalidade (e gastaria outras 2 horas brigando com CSS). Se eu terminar o projeto, pretendo colocar em algum repositório público como um projeto open-source e como demonstração do Catalyst.

Isso acabou gerando alguns sub-produtos: um plugin para o Catalyst e um módulo para geração automática de código em JavaScript para validação de formulários (também acompanhado de um plugin para o Catalyst, facilitando o uso do mesmo).

Esses 3 módulos, podem ser encontrados no meu diretório na CPAN (se você ordenar por data, serão os mais recentes).

Agora eu estou com planos para uma biblioteca completa de validação de formulários web em JavaScript, que funcionaria independentemente da tecnologia utilizada no servidor. Vamos ver no que dá.

02 fevereiro 2006

Only human.

Existe uma antiga crença judaica que diz respeito aos Lamed Vav Tzadikim (ou as 36 pessoas de bem). Eles também são conhecidos como Lamed Vavniks ou, em outra grafia, Lamed Wufniks.

Ela diz que existem - e sempre existiram - trinta e seis homens no mundo cuja missão é justificar a existência humana perante a Deus. Eles são os Lamed Wufniks.

Eles não se conhecem e são pessoas comuns que se sacrificam em detrimento dos outros.

Sem saber, os Lamed Wufniks são os pilares secretos do universo. Se não fosse por eles, Deus aniquilaria toda a humanidade.

Sem tomar conhecimento, eles evitam que o mal aconteça às pessoas à sua volta. Sem nunca se destacar na multidão, sem nunca perder sua anonimidade.

Sem perceber, eles são nossos salvadores.

Eles são a prova que oferecemos a Deus de que podemos ser bons e puros e, portanto, merecemos seu amor e sua misericórdia. Eles são os bodes expiatórios da humanidade.

Na eventualidade de um Lamed Wufnik perceber sua importância, sua morte é certa: nenhum homem pode suportar nem 1/36 do peso do mundo.

Quando um deles sobe aos céus seu estado é de congelamento total e Deus precisa o esquentar por mil anos antes que sua alma possa se abrir ao Paraíso. E é dito que alguns continuam tão inconsoláveis em relação à humanidade que nem Deus consegue esquentá-los. Então, de tempos em tempos, o Criador adianta o relógio do Último Julgamento em um minuto.

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No século VII, judeus da Andalusia (uma região na Espanha) veneraram uma rocha com forma de lágrima. Eles acreditavam que a rocha era a alma de um Lamed Wufnik desconhecido petrificada pelo sofrimento.

24 janeiro 2006

There's a difference between knowing the path and walking the path

Hoje foi um dia estranho. Bastante estranho.
Possivelmente o mais estranho de toda a minha vida.

Hoje eu me arrependi por não ter feito várias coisas no passado e que, infelizmente, não poderei mais fazer. Hoje acho que finalmente entendi porque devemos fazer o que sabemos que devemos fazer, sem adiar. Hoje entendi porque devemos "aproveitar os dias" e não deixar as oportunidades passarem batido - elas podem realmente nunca mais voltar.

Existem coisas que só aprendemos da pior maneira possível.

Hoje foi um dia triste.

13 janeiro 2006

Choice, the problem is choice

Estou numa dúvida cruel.

Depois de mais ou menos 1 ano sem presentear a mim mesmo com algum presente significativo (em outras palavras, caro) eu decidi que eu mereço me dar um presente. Afinal de contas, como diz a minha tia, "eu sou um menino muito bom" (o mais engraçado dessa frase é que desde que eu tinha uns 5 anos de idade, ou seja, 15 anos atrás, ela fala essa mesma frase).

O que causa um grande problema é que, infelizmente, meu orçamento é limitado. Ou seja, eu não posso me dar todos os presentes que eu acho que eu mereço - eu tenho que escolher só um. Pior: na verdade, a escolha ainda será feita considerando apenas um pequeno subset do conjunto infinito que representa todos presentes de meu merecimento. Um verdadeiro absurdo, mas... é assim que a vida é.

Enfim. A primeira coisa que eu pensei foi um iPod video de 30GB. Quem convive comigo sabe que eu vivo falando no iPod. Achei um aqui em BH, no MercadoLivre, por um preço razoável (para um iPod video): R$999. O problema é que o preço razoável já é meio alto. E, certamente, considerando a minha sorte, ele viria com algum defeito de fábrica ou algo do gênero e eu não teria garantia. Ou pior: seria roubado. Fiquei meio receoso.

Procurei outra coisa e achei um monitor LCD de 17" da marca BenQ. Faz um tempo que eu estou cansado do meu SyncMaster 550s de 15". E tem o fator legal em se ter um monitor LCD. A faixa de preço dele é mais ou menos a mesma do iPod video, mas um pouco mais baixo. Com o frete, ficaria em R$930, mais ou menos. Mas aí comecei a pensar que, certamente, com a minha sorte, ele viria cheio de dead pixels ou outros problemas adversos que não seriam cobertos pela suposta garantia de 3 anos da BenQ no Brasil. Tentei deixar o pessimismo de lado, mas veio ao meu conhecimento um dado fulminante: a taxa de atualização dele é de 12ms. Pra jogos rápidos, ele provocaria um pouco de blur. O ideal pra jogos são os que tem taxa de atualização de 8ms, como o Samsung 713N. Mas o preço dele no MercadoLivre estava por volta de R$1200 - muito caro pra mim. Então também fiquei receoso com o monitor da BenQ.

Mas eu gostei da idéia de trocar de monitor. Então, fui olhar os preços de monitores CRT mesmo. Descobri que os monitores de 15" e 17" estão assutadoramente baratos. Um monitor de 15" da ProView está R$270. Samsung 793v de 17" está R$355. E esses preços nem são do MercadoLivre (supus que o frete seja assustadoramente grande para monitores CRT e resolvi nem olhar por lá). Mas eu tive o pressentimento que se eu comprar algo tão genérico assim acabaria não saciando minha vontade incontrolável de me presentear. Afinal de contas, eu mereço algo bom, não é verdade? Então resolvi que eu quero um monitor de 19". Aí os preços quase dobram. Um LG Flatron 19" sai por R$699 e um da Samsung de 19" por R$714. Mas a idéia de ter uma tela de 19" no meu PC é assustadoramente atraente.

Então estou nesse dilema. Estou tendendo pro lado do LG Flatron de 19". Mas eu queria mesmo era o LCD de 17" de 8ms. Acho que vou reler um artigo aqui sobre como fazer 3 milhões de dólares. ;-)

PS: não sei se foi algo notável, mas eu achei eu legal a idéia de usar quotes da trilogia Matrix para os títulos dos meus posts. Aliás, eu acho Matrix Reloaded um ótimo filme.

You hear that Mr. Anderson?... That is the sound of inevitability...

Então... eu resolvi criar um blog.

Eu confesso que não tenho muita idéia do que as pessoas escrevem num blog.
Mas já tem algum tempo que a idéia de ter um blog me atrai. Não sei direito o porquê. Talvez porque muitas das "pessoas virtuais" que eu admiro tenham blogs.

De qualquer forma, ter uma idéia do motivo desse desejo interior ainda não me ajuda a saber o que escrever no blog.

Eu acho isso meio complicado.
Não convém escrever coisas muito pessoais; não sei se num futuro eu iria querer todos essas idiosincrasias da minha existência indexadas pelo Google. Por outro lado, um blog estritamente técnico tem um apelo diferente e, obviamente, essa não é exatamente a minha intenção (conclusão trivial a partir do título).

Assim sendo, eu não vou definir um objetivo maior para o blog.

Talvez:
  • eu esteja simplesmente querendo me sentir uma pessoa mais legal por ter um blog;
  • eu esteja simplesmente querendo arrumar algum uso pro meu domínio "nilson.org", uma vez que até hoje não resolvi fazer minha página pessoal;
  • eu até tenha a inocente esperança de que alguém ache interessante ler os meus devaneios aleatórios;
  • eu apenas queira escrever algo sem muito propósito;
  • esse seja o primeiro e único post desse blog.
Acabou-se o meu estoque de talvezes.
Mas já deu pra entender qual é a idéia disso tudo (i.e. a falta de idéias).

Pois bem, retomando ao que eu quis passar pelo título desse post.

Existem coisas inevitáveis.
(e eu prefiro tentar a esquecer a maioria delas, mas isso não vem ao caso)

Você acabou de presenciar uma materialização do inevitável.
Enjoy it.