08 dezembro 2006

What were you doing? He doesn't know.

Quase 3 meses sem um sinal de vida por aqui. É, o tempo realmente passa rápido. Final de semestre na universidade somado com trabalho somado com vida pessoal resulta nisso.

Uma coisa que achei bastante interessante nesses últimos tempos foi ler sobre um composto químico, um medicamento, chamado Modafinil. Meu primeiro contato com o assunto foi em um artigo no Slashdot, seu título era "Drugs Eradicate the Need For Sleep" e só pelo título eu já teria motivação suficiente pra procurar tudo a respeito.

O Modafinil é um estimulante que funciona de uma maneira não convencional. Ao invés de estimular o cérebro inteiro como estimulantes tradicionais (à base de cafeína, por exemplo) fazem, ele trabalha de forma mais seletiva alterando a própria estrutura do sono em nosso cérebro. O resultado disso tudo é um comprimido que, ao ser ingerido, melhora sua concentração e diminui sua necessidade de sono. O mais incrível é que além disso tudo, ao dormir, o seu sono será melhor e mais restaurador que um sono convencional. E ele consegue todos esse benefícios sem efeitos colaterais.

Apesar de, oficialmente, ser um medicamento indicado para pessoas narcolépticas ou com déficit de atenção, nos USA a droga vem sendo utilizada como uma lifestyle drug e ganhou até mesmo o apelido de work drug, já que muitas pessoas estão a tomando para conseguir melhor produtividade no trabalho (em especial, desenvolvedores de software).

Além disso, boa parte do financiamento das pesquisas nessa área é financiada pelo Departamento de Defesa dos USA, visando aumentar a resistência de soldados em operações de longa duração. O próprio Modafinil já foi e continua sendo utilizando em operações do exército americano com grande sucesso.

Obviamente, por aqui esse medicamento nem existe ainda. Nos USA, ele é aprovado pelo FDA desde 2001 para os usos citados acima. No Brasil, até hoje ainda não foi aprovado pela vigilância sanitária.

Considerando que pra mim ele mataria dois coelhos com uma cajadada só (déficit de atenção e falta de tempo) acho que quando ele estiver disponível no Brasil vou acabar procurando um médico. Acho que seria algo tão bom conseguir dormir menos e se sentir descansado além de conseguir se concentrar melhor nas coisas.

Só me resta sonhar.

Aliás... além de tudo que eu citei, um dos vários outros efeitos benéficos do Modafinil é que pessoas que normalmente não sonham, voltam a sonhar. Bem interessante.

21 setembro 2006

I figured, I've slept the first eleven years of my life away, so now I'm just making up for it.

Aparentemente, eu ganhei o prêmio de blog menos atualizado do universo ou algo assim. Então me senti na obrigação de consertar a situação.

O fato é que, infelizmente, o dia tem apenas 24 horas. Isso não é suficiente. Desde pequeno eu via aquelas propagandas do Unibanco 30 Horas e pensava: "Nossa, como seria bom se o meu dia tivesse 30 horas". Infelizmente, o dia não tem 30 horas (e o Unibanco não é um bom banco). Isso significa poucas horas de sono e pouco tempo livre.

Na verdade, escrever um post de blog não é algo que exige muito tempo, normalmente. O problema é que sob stress e cansaço, não surgem muitas boas idéias sobre o que escrever. E o pouco tempo realmente livre que eu tenho em casa eu acabo gastando com uma atividade bastante interessante: jogos online.

Falando em jogos online, esse mês é o lançamento do DefCon. Ele é um jogo que parece ser bastante legal: você é um general que de um bunker comanda suas tropas num cenário mundial de guerra nuclear. Ele é feito pelos mesmos caras que fizeram o Darwinia, um dos jogos mais revolucionários pra cena indie de produção de jogos. Portanto, eu tenho altas expectativas para o jogo e já fiz pre-order da minha cópia pelo Steam (custa somente US$ 9,95 em pre-order, vale a pena).

Acho que acabei de abdicar do meu prêmio...

25 julho 2006

There is nowhere I can't go, there is nowhere I won't find you.

Só nesses últimos dias reparei algo curioso ao olhar pra minha barra de ferramentas do Google no FireFox: inexplicavelmente, esse blog tem um PageRank de 4 (em 10). Para um blog de baixo tráfego, com um pico récorde de 27 visitantes semanais, isso é algo extremamente alto.

O PageRank é a pontuação atribuída pelo web crawler do Google a cada página e é o que dita a relevância daquela página em relação às outras e é o que faz o algoritmo do Google funcionar. A maioria das páginas tem um PageRank igual a 0.

De fato, essa observação faz até mesmo com que eu comece a duvidar um pouco da qualidade do algoritmo de ranking do Google, pois eu não faço a menor idéia de como isso aconteceu.

PS: para checar qual é o PageRank de um site sem a barra de ferramentas do Google instalada, basta seguir esse link.

24 julho 2006

Never send a human to do a machine's job.

Já faz algum tempo que eu conheço o last.fm e por alguns meses até esqueci que estava utilizando seus serviços "sem querer" pelo plugin instalado em meu Winamp. Mas só recentemente comecei a usar de verdade os serviços mais interessantes - como as rádios online disponíveis, por exemplo.

Pra quem não conhece, o last.fm é uma mescla de rádio online com social networking que funciona muito bem e é uma aplicação útil para o conceito de redes de amigos (e não o desperdício de tempo que são coisas como o orkut). Você instala um plugin em seu tocador de música e o servidor deles vai formando o seu perfil musical e pode fazer perfis musicais, dizer quem são seus "vizinhos musicais" e formar rádios personalizadas de acordo com seu gosto.

Nesses últimos dias, com um pouco mais de tempo livre, tenho ficado bastante tempo escutando música quando estou em casa e hoje finalmente "caiu a ficha": o last.fm é a melhor coisa que aconteceu à música desde os tempos áureos do AudioGalaxy. O sistema consegue fazer recomendações e montar uma rádio a seu gosto muito bem, muito melhor que qualquer outra pessoa conseguiria provavelmente.

Resolvi então testar os serviços pagos. Por uma pequena doação mensal de 3 dólares você tem acesso à uma rádio personalizada só com as músicas que você já escutou e outra com as músicas que você "amou" (tem um recurso no player deles pra enviar essa informação pro servidor). Além disso, como assinante, você tem direito a ver essas mesmas rádios de outras pessoas. Então se você quer dar uma ouvida nas músicas de algum amigo seu - por curiosidade mesmo ou qualquer outro motivo - você faz isso com um clique no mouse. Tudo que você precisa é ter uma conexão decente pois as streams são de alta qualidade (128kbps).

Estou realmente impressionado com a qualidade da "personal radio" provida pelos meros 3 dólares mensais. É como se você tivesse boa parte das músicas que você gosta em qualquer lugar do planeta em que exista uma conexão de banda larga disponível pra você.

Além disso, pra quem gosta de descobrir coisas novas, é bem legal. Enquanto eu escrevo esse post, acabei de descobrir uma música nova que gostei enquanto escuto a rádio de um vizinho musical (só pra constar, a música é: Ladytron - Destroy Everything You Touch). Tudo isso é feito sem intervenção humana direta. O "cérebro" do last.fm aprende de acordo com o que você escuta e com o que as outras pessoas escutam e no final faz recomendações relevantes.

Hoje ainda fiquei conhecendo outros recursos legais para artistas independentes. Você pode comprar exposição nas rádios do last.fm. Isso é algo comum e acontece em qualquer rádio. O que faz dessa forma de promoção da banda no last.fm muito mais interessante e provavelmente efetiva é que você pode escolher quem vai escutar, então sua propaganda é completamente direcionada - só vai pra quem gosta do seu tipo de música. Bem legal.

Eu poderia continuar falando mais várias e várias coisas mas vou parar por aqui pois daqui a pouco vão desconfiar que estão me pagando pra escrever isso. ;-)

Mas pra quem realmente gosta de música, tem banda larga e não é muito pão-duro (3 dólares são uns só 7 reais por mês) eu recomendo contratar o serviço. Principalmente quem já gosta dos recursos gratuitos do last.fm. Pra quem é pão-duro de verdade, o serviço gratuito já é bom o suficiente.

PS: essa listagem das músicas que aparece ao lado nesse blog é um dos recursos gratuitos do last.fm.

20 julho 2006

What do you think I am? Human?

Férias.

O que fazer? Eu até queria viajar. Mas tudo indica que não vai dar.
Por enquanto, o que eu tenho feito é trabalhar todos os dias, dar umas saídas à noite e ficar programando de madrugada. Em outras palavras: programar, sair, programar, dormir.

O "pior" de tudo é que eu gosto dessa rotina. É interessante como o trabalho se torna algo bom quando se trabalha com algo que gosta. Ele deixa de ser uma uma obrigação chata da qual você quer se livrar logo e se torna algo que até mesmo faz bem.

Aliás, isso me lembra de algo: I'm a workaholic.

Mesmo depois de um semestre estressante como foi, agora que chegaram as férias eu ainda gasto boa parte do meu tempo programando. Eu sei que muitas pessoas que eu conheço me achariam louco ao ler isso.

17 junho 2006

We do only what we're meant to do.

Sobre a personalidade de desenvolvedores de software e sua relação com os gerentes:

"Some of us, myself included, will do our best work if we're only being bothered once every week or two. Just point us in the right direction and let us go.

We are all unique snowflakes and your job as a manager is going to be learning to deal with our various quirks.

Managing coders is kind of like taking a bunch of cats with serious ADD problems, strapping mind-controlled jet engines to them, putting them inside a blizzard of sparkly tinsel, and trying to drag-race them."

Brilhante.

Esse cara do Google virou um dos meus ídolos pessoais.

14 junho 2006

I have dreamed a dream, but now that dream is gone from me

A citação-título não tem nada a ver com o fato que quero registrar nesse post: eu assisti ao jogo do Brasil hoje.

Bom, ao menos não tem nada a ver diretamente.
É um exercício para o leitor tentar descobrir se há alguma relação entre as duas coisas e qual ela é.

04 junho 2006

You have a problem with authority, Mr. Anderson.

Nesse final de semana aconteceu algo inusitado no cenário mundial: depois de anos de operação, o renomado tracker de BitTorrent conhecido como The Pirate Bay (link) foi tirado do ar pelo governo sueco.

Antes de continuar, vou apenas prover uma breve explicação. Um tracker de BitTorrent é um servidor que não contém nenhum material que viola direitos autorais, apenas aponta para os usuários que têm esse material. Em muitos países, a atividade de um tracker de BitTorrent é considerada ilegal por contribuir para que direitos autorais sejam violados. É mais ou menos o mesmo que culpar os fabricantes de armas pela morte das pessoas. Porém, na Suécia, um país com leis mais razoáveis, as atividades do The Pirate Bay eram consideradas perfeitamente legais e as respostas dos administradores do site às ameaças legais eram hilárias.

Normalmente, essas coisas passam despercebidas pela maioria das pessoas e muito vêem essas coisas como apenas a prisão de mais algum criminoso ou algo do tipo. Mas, felizmente, esse não foi o caso.

A polícia sueca teve atuou de forma irresponsável e, ao confiscar os servidores do The Pirate Bay, também levou junto outros servidores de outros clientes que estavam no mesmo data center. Essa ação, somada ao fato de que dos 9 milhões de habitantes da Súecia, pelo menos 1 milhão são usuários ativos de programas de compartilhamento de arquivos e somado às denúncias de que o governo sueco agiu sob pressão do governo dos Estados Unidos fez com que isso tudo virasse um escândalo nacional pois, pela lei sueca, uma atitude desse tipo por um governante é altamente ilegal.

Os administradores do site, em tom desafiante, prometeram que em um dia ou dois estariam de volta e, de fato, hoje o site já está no ar novamente, hospedado na Holanda até que o governo sueco resolva devolver os servidores e compensar as perdas dos clientes, incluindo do próprio The Pirate Bay. O criador principal do site, Rickard Falkvinge, organizou um protesto nas duas maiores cidades suecas nesse final de semana, terminando seu discurso com frases como: "Eu sou um pirata!"

Em contrapartida, os sites do governo sueco e da polícia sueca foram derrubados da internet, por usuários do tracker que queriam vingança. Vários jornais suecos circularam manchetes marcando a situação como vergonhosa.

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Eu fico imaginando como seriam as coisas aqui no Brasil. Ou melhor, prefiro nem imaginar.
Provavelmente, ninguém ficaria sabendo de nada e a mídia tentaria criminalizar aqueles que estavam lutando pela obtenção de uma maior liberdade. Estes, seriam presos e condenados, enquanto em Brasília, todo mundo come pizza.

É até engraçado pensar que existem países aonde o fato de um governante agir sob influência de interesses de outros países é algo considerado altamente ilegal.

"Pátria amada, Brasil!"

06 maio 2006

I know kung fu.

O mundo seria tão mais simples se habilidades em geral pudessem ser simplesmente descarregadas diretamente para o meu cérebro.

Nas últimas 24 horas cheguei à umas conclusões interessantes:
  • Eu sou um ótimo jogador de boliche;
  • Eu tenho uma grande aptidão para aqueles fliperamas de dança;
  • 10 minutos de leitura são suficientes para aprender qualquer coisa.
Negue todas as afirmações anteriores.

Por outro lado, hoje de manhã eu fiquei pensando sobre a sensação de liberdade proporcionada por uma caminhada sem rumo em uma manhã fria pela universidade num dia em que ela se encontra semi-deserta. Entre outras coisas.

PS: eu também cheguei à conclusão de que aquela minha resolução de sempre usar um quote de Matrix é meio idiota e só faz com que eu fique com mais preguiça ainda de postar algo aqui. Mas eu sou uma pessoa livre e faço o que eu quiser! Então elas continuam.

14 abril 2006

I hate sleeping.

Tanta coisa pra ser feita, tão pouco tempo.

Quando eu comecei esse blog, eu pensei que não seria difícil escrever ao menos uns 3 ou 4 posts por mês. Quanta ingenuidade.

É como se o tempo fosse uma moeda que está se desvalorizando.

É como se estivéssemos inseridos numa bolha inflacionária temporal sem fim ao mesmo tempo em que devemos sustentar uma família que cada vez fica maior. Os dias ficam menores e as coisas a serem feitas se tornam cada vez mais numerosas.

Eu sempre tive uma certa inveja do Unibanco. Eu também queria que meu dia tivesse 30 horas.

13 março 2006

Mr. Anderson... Surprised to see me?

Bom, depois de quase 1 mês e meio, até eu achei que eu já tinha desistido de vez do blog.
Mas estou aqui. Rejoice over my presence.

Mas, apesar de ter resolvido escrever algo, sinceramente, não sei o que falar. Foi uma daquelas resoluções meio vagas. Talvez influenciada pelo fato de que o Henrique resolveu criar um blog. Mas os motivos não são realmente importantes.

O importante é comentar sobre as minhas produções do fim de semana. Mas antes, vou introduzir um pouco o contexto das mesmas.

Como muitos que me conhecem sabem, eu gosto de programar em Perl. Perl é o equivalente à oitava maravilha do mundo no ramo da computação (apesar de muitas pessoas não conseguirem enxergar esse fato - "perdoe-os, Senhor, eles não sabem o que fazem").

Além disso, existe um framework para rapid web development muito interessante para Perl, chamado Catalyst. Caso seja do interesse do leitor, o Catalyst foi elaborado misturando os melhores elementos encontrados no Maypole (um framework em Perl já existente) e no, agora aclamado, Ruby on Rails. O resultado é algo extremamente sólido, que realmente conseguiu superar ambos os seus "progenitores".

Tendo isso em mente, ao longo da semana passada eu vim desenvolvendo um simples aplicativo web: uma galeria de fotos utilizando o Catalyst, batizada de Photolyst. Ela está em um estágio razoavelmente avançado, apesar de faltar alguns recursos básicos como excluir fotos, por exemplo. Mas isso, com o Catalyst, é uma tarefa trivial e provavelmente em 5 minutos eu adicionaria essa funcionalidade (e gastaria outras 2 horas brigando com CSS). Se eu terminar o projeto, pretendo colocar em algum repositório público como um projeto open-source e como demonstração do Catalyst.

Isso acabou gerando alguns sub-produtos: um plugin para o Catalyst e um módulo para geração automática de código em JavaScript para validação de formulários (também acompanhado de um plugin para o Catalyst, facilitando o uso do mesmo).

Esses 3 módulos, podem ser encontrados no meu diretório na CPAN (se você ordenar por data, serão os mais recentes).

Agora eu estou com planos para uma biblioteca completa de validação de formulários web em JavaScript, que funcionaria independentemente da tecnologia utilizada no servidor. Vamos ver no que dá.

02 fevereiro 2006

Only human.

Existe uma antiga crença judaica que diz respeito aos Lamed Vav Tzadikim (ou as 36 pessoas de bem). Eles também são conhecidos como Lamed Vavniks ou, em outra grafia, Lamed Wufniks.

Ela diz que existem - e sempre existiram - trinta e seis homens no mundo cuja missão é justificar a existência humana perante a Deus. Eles são os Lamed Wufniks.

Eles não se conhecem e são pessoas comuns que se sacrificam em detrimento dos outros.

Sem saber, os Lamed Wufniks são os pilares secretos do universo. Se não fosse por eles, Deus aniquilaria toda a humanidade.

Sem tomar conhecimento, eles evitam que o mal aconteça às pessoas à sua volta. Sem nunca se destacar na multidão, sem nunca perder sua anonimidade.

Sem perceber, eles são nossos salvadores.

Eles são a prova que oferecemos a Deus de que podemos ser bons e puros e, portanto, merecemos seu amor e sua misericórdia. Eles são os bodes expiatórios da humanidade.

Na eventualidade de um Lamed Wufnik perceber sua importância, sua morte é certa: nenhum homem pode suportar nem 1/36 do peso do mundo.

Quando um deles sobe aos céus seu estado é de congelamento total e Deus precisa o esquentar por mil anos antes que sua alma possa se abrir ao Paraíso. E é dito que alguns continuam tão inconsoláveis em relação à humanidade que nem Deus consegue esquentá-los. Então, de tempos em tempos, o Criador adianta o relógio do Último Julgamento em um minuto.

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No século VII, judeus da Andalusia (uma região na Espanha) veneraram uma rocha com forma de lágrima. Eles acreditavam que a rocha era a alma de um Lamed Wufnik desconhecido petrificada pelo sofrimento.

24 janeiro 2006

There's a difference between knowing the path and walking the path

Hoje foi um dia estranho. Bastante estranho.
Possivelmente o mais estranho de toda a minha vida.

Hoje eu me arrependi por não ter feito várias coisas no passado e que, infelizmente, não poderei mais fazer. Hoje acho que finalmente entendi porque devemos fazer o que sabemos que devemos fazer, sem adiar. Hoje entendi porque devemos "aproveitar os dias" e não deixar as oportunidades passarem batido - elas podem realmente nunca mais voltar.

Existem coisas que só aprendemos da pior maneira possível.

Hoje foi um dia triste.

13 janeiro 2006

Choice, the problem is choice

Estou numa dúvida cruel.

Depois de mais ou menos 1 ano sem presentear a mim mesmo com algum presente significativo (em outras palavras, caro) eu decidi que eu mereço me dar um presente. Afinal de contas, como diz a minha tia, "eu sou um menino muito bom" (o mais engraçado dessa frase é que desde que eu tinha uns 5 anos de idade, ou seja, 15 anos atrás, ela fala essa mesma frase).

O que causa um grande problema é que, infelizmente, meu orçamento é limitado. Ou seja, eu não posso me dar todos os presentes que eu acho que eu mereço - eu tenho que escolher só um. Pior: na verdade, a escolha ainda será feita considerando apenas um pequeno subset do conjunto infinito que representa todos presentes de meu merecimento. Um verdadeiro absurdo, mas... é assim que a vida é.

Enfim. A primeira coisa que eu pensei foi um iPod video de 30GB. Quem convive comigo sabe que eu vivo falando no iPod. Achei um aqui em BH, no MercadoLivre, por um preço razoável (para um iPod video): R$999. O problema é que o preço razoável já é meio alto. E, certamente, considerando a minha sorte, ele viria com algum defeito de fábrica ou algo do gênero e eu não teria garantia. Ou pior: seria roubado. Fiquei meio receoso.

Procurei outra coisa e achei um monitor LCD de 17" da marca BenQ. Faz um tempo que eu estou cansado do meu SyncMaster 550s de 15". E tem o fator legal em se ter um monitor LCD. A faixa de preço dele é mais ou menos a mesma do iPod video, mas um pouco mais baixo. Com o frete, ficaria em R$930, mais ou menos. Mas aí comecei a pensar que, certamente, com a minha sorte, ele viria cheio de dead pixels ou outros problemas adversos que não seriam cobertos pela suposta garantia de 3 anos da BenQ no Brasil. Tentei deixar o pessimismo de lado, mas veio ao meu conhecimento um dado fulminante: a taxa de atualização dele é de 12ms. Pra jogos rápidos, ele provocaria um pouco de blur. O ideal pra jogos são os que tem taxa de atualização de 8ms, como o Samsung 713N. Mas o preço dele no MercadoLivre estava por volta de R$1200 - muito caro pra mim. Então também fiquei receoso com o monitor da BenQ.

Mas eu gostei da idéia de trocar de monitor. Então, fui olhar os preços de monitores CRT mesmo. Descobri que os monitores de 15" e 17" estão assutadoramente baratos. Um monitor de 15" da ProView está R$270. Samsung 793v de 17" está R$355. E esses preços nem são do MercadoLivre (supus que o frete seja assustadoramente grande para monitores CRT e resolvi nem olhar por lá). Mas eu tive o pressentimento que se eu comprar algo tão genérico assim acabaria não saciando minha vontade incontrolável de me presentear. Afinal de contas, eu mereço algo bom, não é verdade? Então resolvi que eu quero um monitor de 19". Aí os preços quase dobram. Um LG Flatron 19" sai por R$699 e um da Samsung de 19" por R$714. Mas a idéia de ter uma tela de 19" no meu PC é assustadoramente atraente.

Então estou nesse dilema. Estou tendendo pro lado do LG Flatron de 19". Mas eu queria mesmo era o LCD de 17" de 8ms. Acho que vou reler um artigo aqui sobre como fazer 3 milhões de dólares. ;-)

PS: não sei se foi algo notável, mas eu achei eu legal a idéia de usar quotes da trilogia Matrix para os títulos dos meus posts. Aliás, eu acho Matrix Reloaded um ótimo filme.

You hear that Mr. Anderson?... That is the sound of inevitability...

Então... eu resolvi criar um blog.

Eu confesso que não tenho muita idéia do que as pessoas escrevem num blog.
Mas já tem algum tempo que a idéia de ter um blog me atrai. Não sei direito o porquê. Talvez porque muitas das "pessoas virtuais" que eu admiro tenham blogs.

De qualquer forma, ter uma idéia do motivo desse desejo interior ainda não me ajuda a saber o que escrever no blog.

Eu acho isso meio complicado.
Não convém escrever coisas muito pessoais; não sei se num futuro eu iria querer todos essas idiosincrasias da minha existência indexadas pelo Google. Por outro lado, um blog estritamente técnico tem um apelo diferente e, obviamente, essa não é exatamente a minha intenção (conclusão trivial a partir do título).

Assim sendo, eu não vou definir um objetivo maior para o blog.

Talvez:
  • eu esteja simplesmente querendo me sentir uma pessoa mais legal por ter um blog;
  • eu esteja simplesmente querendo arrumar algum uso pro meu domínio "nilson.org", uma vez que até hoje não resolvi fazer minha página pessoal;
  • eu até tenha a inocente esperança de que alguém ache interessante ler os meus devaneios aleatórios;
  • eu apenas queira escrever algo sem muito propósito;
  • esse seja o primeiro e único post desse blog.
Acabou-se o meu estoque de talvezes.
Mas já deu pra entender qual é a idéia disso tudo (i.e. a falta de idéias).

Pois bem, retomando ao que eu quis passar pelo título desse post.

Existem coisas inevitáveis.
(e eu prefiro tentar a esquecer a maioria delas, mas isso não vem ao caso)

Você acabou de presenciar uma materialização do inevitável.
Enjoy it.